terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Psicomotricidade: o que é, movimentos, etc

           Achei que esta aula e estes textos vieram responder muitas dúvidas sobre o assunto. Era isso o que eu queria desde o momento da minha matrícula: estudar o assunto específico da disciplina. Os textos são ótimos e vieram casar com minhas observações de sala de aula: aquelas crianças que apresentavam maior dificuldade nos movimentos, controle da letra, topologia também apresentam maior dificuldade cognitiva. Minhas amigas leitoras devem estar curiosas para saber sobre os textos, então segue aí um pequeno resumo sobre os mesmos. Enquanto os lia, revisitei autores já conhecido da Economia Doméstica: Kammi e Dvides, Brandão, Papalia e César Coll!

1ºTexto: ASPECTOS CONCEITAIS E HISTÓRICOS ACERCA DA PSICOMOTRICIDADE
MAGALHÃES, Mª. G. R.P. A psicomotricidade na pré-escola. Fortaleza,Universo, Monografia de especialização. 1999.

         Quando as crianças nascem, percebe-se sua inteligência e que tudo está se desenvolvendo bem pelos seus movimentos motores. Falhas nos mesmos pode indicar problemas.
         As crianças interagem com o ambiente físico e social através de ações como sugar, morder, chutar, rasgar, pegar, etc. Esta interação é que facilitará seu desenvolvimento e mostrará ao adulto características de sua motricidade, afetividade e inteligência. Neste sentido, motricidade, afetividade e inteligência possuem uma relação de interdependência. Segundo a autora, " psicomotricidade busca educar aspectos corporais e intelectuais de modo harmonioso visto que ambos são indissociáveis".
        Surgiu a partir de estudos de Dupré, que relacionava a psique e motricidade e criou a noção de obilidade motriz. Fonseca (1993) relata que o corpo é considerado um objeto do homem desde Aristóteles. Somente com Descartes é que nos habituamos a separar um corpo assimilado a um objeto mensurável de um Eu conhecedor, reduzido ao pensamento consciente.
     Inicialmente a psicomotricidade foi associada a patologia e concebida apenas como uma técnica de trabalho com o corpo na educação de crianças deficientes. Hoje, porém,  ocupa lugar imprescindível na educação perceptivo-motora, ou seja, na educação global de todas as crianças, contituindo, no contexto educacional, uma nova perspectiva pedagógica. A escola pode desempenhar importante papel, principalmente no período da primeira infância, desenvolvendo nas crianças as noções psicomotoras básicas como esquema corporal, lateralidade, estruturação espacial e temporal, coordenação motora. Este desenvolvimento interliga aspectos cognitivos, afetivos e motores, contribuindo para a formação da personalidade nas crianças. 

2ºTexto:  PSICOMOTRICIDADE  (fichamento)
OLIVEIRA, G. de C. Psicomotricidade, educação e reeducação num enfoque pedagógico. Petrópolis, Vozes, 1998.

          O texto inicia relatando que nas escolas, algumas criançasaprender adequadamente e interagir nos diversos jogos desenvolvidos na hora do recreio, tendo assim, um bom estado emocional, afetivo e cognitivo. Outras, embora ditas normais, não conseguem esta destreza no recreio, sendo desastradas, desatentas, não pegam corretamente no lápis, apresentam letra ilegível, escrevendo com força ou bem clarinho, não conseguem manusear uma tesoura, pulam letras quando lêem ou escrevem, não controlam o tempo de suas tarefas, etc. Para estas, os professores indicam acompanhamento em clínicas caras, onde nem sempre as crianças com famílias de rendas mais baixas podem pagar. Para aquelas que podem, dá início uma novela onde o protagonista é a criança, os profissionais catalogam-nas comopossuidoas de distúrbio de aprendizagem e passam a reeducá-las como tais. Tudo isto poderia ser resolvido na própria escola facilmente.

"A criança começa a se sentir diferente das outras e sofre com isto. A visão de si mesma é abalada e ela pode desenvolver um sentimento de inferioridade que interfere em sua auto-imagem...Intimamente ligada a auto-imagem está a auto-estima."
"...(não seria assim) se os profissionais estivessem mais atentos e aptos para realizar uma reeducação em seu âmbito escolar" (eu diria que o profissional não tem capacidade acadêmica para aber como trabalhar os movimentos motores).
"Verificamos que existem alunos que possuem um desenvolvimento lento das funções psicológicas devido a um atraso e sua maturação e isto pode influenciar seu aprendizado".
"Há casos que não são e nem devem ser de sua alçada (professor) como, porexemplo, as perturbações mais sérias de articulações da palavra e dificuldades psicomotoras mais graves, que devem ser tratadas por especialistas como fonoaudiólogos, neurologistas e psicólogos. A recuperação, normalmente é um trabalho lento que requer paciência".
"Para que haja uma transmição de informações, o córtex cerebral necessita de impulsos que lhe chegam dos receptores exteroceptivos (músculos, tendões e articulações) e interoceptivos (vísceras)".
"O período mais crítico para a mielinização e o desenvolvimento neuronal se dá entre o 6º mês de gestação até mais ou menos os seis anos de idade da criança".
"Uma gestante com condições nutricionais baixas vai influir bastante nos neurônios da criança. Uma desnutrição ocorrida nesta fase leva a criança, portanto, a ter prejuízo enorme em seus neurônios. Terá menos neurônios e não chegará mais a ter este número adequado de células nervosas, mesmo que seja depois bem aimentada".
"Embora tenhamos salientado a necessidade de uma boa estimulação do meioambiente, temos que tomar cuidado para não nos excedermos, pois isso, além de provocar ansiedade na criança, não irá apressar o processo de maturação do sistema nervoso".
"Podemos classificar os movimentos em três grandes grupos: voluntários (...) dependem da nossa vontade, reflexo (...) independente de nossa vontade e, normalmente, só depois de ser executado é que tomamos consciência dele. Podem ser inatos ou adquiridos; e automático (...) dependem normalmente da aprendizagem, da história de vida e experiências próprias de cada um. Depende, portanto, do treino, da prática e da repetição".

Comentários finais:

         Após a leitura dos textos e da discussão em sala, sentí falta apenas em como fazer para estimular a criança a ponto de não enviá-la para consultórios. Esta é a grande chave da questão! Mas os textos foram de grandiosa leitura. Sabia que o galo cantava, mas não sabia onde, os textos mostraram direitinho, só faltaram, repito, atividades práticas para o professor desenvolver em sala de aula.

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